Orgasmo feminino: dicas para chegar lá

Hoje eu vou direto ao ponto. E não é o ponto G. Ou, pelo menos, não é só ele. Vamos falar sobre orgasmo feminino? Pra começar, responda aí na sua mente: quantas vezes você gozou quando transava com outra pessoa, nos últimos tempos? E quantas vezes você gozou quando se masturbava sozinha? Não sei a sua resposta, mas a minha é, com certeza: todas as vezes na segunda pergunta, mas nem tantas assim na primeira. E não sou só eu não, viu? Numa pesquisa rápida na internet você encontra vários estudos que comprovam a mesmíssima coisa que digo.

Isso acontece porque, como falei no último post aqui do blog, o prazer feminino, ainda hoje, enfrenta muitos tabus, principalmente no sexo hétero. Além disso, a mulher não é incentivada a conhecer o próprio prazer, a se tocar e isso faz com que a chegada ao orgasmo seja muito mais difícil. Então, se já sabemos disso tudo, e se já sabemos também que o prazer começa primeiro em você, pra depois existir com o outro, bora aprender a mudar essa situação? Vem comigo ver algumas dicas pra chegar lá, sozinha ou acompanhada. Deixe a pressão e os tabus de lado e vamos lá!

Tô sendo repetitiva? Tô. Mas é por uma boa causa. O parceiro número 1 do orgasmo é o autoconhecimento. Você precisa conhecer seu próprio corpo e saber onde gosta de ser tocada, onde não gosta, onde sente mais e menos prazer. Isso é fundamental pra que, na hora H, você consiga passar para o seu parceiro ou parceira todas essas informações - que não precisam, necessariamente, ser ditas, caso você não seja muito de falar no sexo, viu? Dá pra falar muita coisa com gestos e ações, o importante é saber dar esse direcionamento.

A questão é que não existe fórmula mágica, nem roteiro pré-definido. Ainda que o sexo seja cheio desses "roteiros", muitos deles baseados na indústria pornô, nosso papel é encontrar os caminhos que funcionam pra gente. O que faz a sua amiga gozar com o namorado ou namorada dela, ou o que te fazia gozar com o seu "ex" pode não ser o que faz você gozar agora. Esteja em constante descoberta e evolução, o prazer é todo seu.

Quem nunca fingiu um orgasmo que atire a primeira pedra. Mas, vamos combinar, só aqui entre nós: chega disso, tá? O sexo é para os dois (ou mais, né? risos) e por isso os dois devem estar em sintonia sobre tudo que está sendo feito. Por isso, a comunicação é essencial.

Uma vez que você já conhece seu corpo e o que te dá prazer, é hora de passar isso para o parceiro. Só assim ele ou ela saberá por quais caminhos seguir e não vai dar a mancada de achar que está arrasando quando, na verdade, você tá zero estimulada, pensando na lista de compras do supermercado. E se precisar ensinar passo a passo, pegar pela mão e desenhar: faça! Todo esforço é válido quando o resultado é um prazer de revirar os olhos.

Essa é curta e grossa. Sem vontade, sem sexo. Poucas coisas são mais broxantes do que transar quando não tá a fim, concordam? Simplesmente não rola. Sem falar que, transar apenas pra agradar a outra pessoa não vale a pena. O sexo não vai ser satisfatório pra você e, se a outra pessoa for sensível o suficiente pra perceber que você tá desconfortável, não vai ser legal pra ela também. 

Transar o tempo todo é uma delícia, claro. Quem não gosta de passar um final de semana como um casal de coelhos? Mas o clima é essencial. Pra rolar um sexo bom e gostoso, os dois precisam querer. Até mesmo naquela rapidinha sem compromisso. Então, já sabe: quando você sentir que não vai rolar, não force.

Como falei no início do texto, esse papo todo de prazer não é só sobre o ponto G. O corpo da mulher tem infinitas áreas de prazer que podem ser exploradas, então use e abuse! Só o clitóris, por exemplo, tem mais de 8 mil terminações nervosas que podem fazer você enlouquecer. Então sem essa de ficar só no entra e sai da penetração, viu? Avisa aí pro moço que esse modo metralhadora não tá com nada.

Mas, claro, não vamos deixar o ponto G pra lá. Por mais difícil que o orgasmo do ponto G seja de alcançar pra muitas mulheres, a busca pelos vários tipos de prazer é sempre válida. E, nesse aspecto, as "preliminares" ajudam e muito. Preliminares entre aspas, porque, convenhamos, de preliminar não tem nada, é tudo sexo! E essa parte é importantíssima pra deixar o ponto G no ponto (perdoem os trocadilhos) e facilitar a sua chegada ao clímax. Então explique tudo pro seu parceiro e ajude ele a dar o prazer que você merece.

Não dá pra gozar com um milhão de coisas pairando na sua cabeça. Preocupações com trabalho, contas, família e tantas outras coisas que a mulher adulta tem que lidar são importantes, mas precisam cair fora na hora da transa. O orgasmo feminino começa na mente, sabia? As mulheres precisam estar presentes de corpo e alma, atentas a cada toque, pra que o corpo responda e chegue ao clímax. Então, se você ficar pensando no boleto que venceu e não focar sua mente no momento presente, infelizmente não tem jeito de rolar. Goze agora, se preocupe com todo o resto depois! 

Se tem uma coisa que aprendi com o tempo foi sobre o tato. Toque tudo o tempo todo. O toque é importantíssimo na hora do sexo, principalmente para as mulheres. Como já falei, nosso corpo tem inúmeras áreas de prazer que potencializam o tesão quando tocadas durante a relação. É a famosa pegada, sabe? E, fique sabendo: ela não precisa ser sempre uma pegada selvagem. O toque é importante de todas as maneiras, do mais carinhoso ao mais feroz. Durante a penetração, estimule seu clitóris, peça para o parceiro beijar seus seios e pegar nas suas coxas e na sua bunda. Fora da penetração? Tudo isso aí e mais um pouco. Quando o tesão tá forte, toda área corporal pode ser uma área de prazer, basta você explorar e descobrir.

Muitos homens héteros podem ter preconceito com vibradores, já que o formato fálico assusta e eles acham que podem ser substituídos pelo "dito cujo". Por isso, a comunicação é primordial. Explique para ele que os brinquedos eróticos só vêm pra acrescentar, pra dar ainda mais prazer para os dois e, muitas vezes, até pra facilitar o desempenho dele. Digo por experiência própria: ele pode começar com o pé atrás, mas quando perceber o tamanho do prazer que você alcança no sexo com ele mais um sex toy, ele vai começar a ver o brinquedo como seu aliado, tenha certeza disso. 

Um problema que trava muitas mulheres na hora da transa é a vergonha do próprio corpo. Os padrões de beleza impostos pela sociedade são duros, e mais duros ainda sobre o corpo feminino. Então não é à toa que você se sinta insegura estando nua junto de alguém.

Mas, posso te contar uma coisa? Essa preocupação é só sua! Ou você acha mesmo que, com você ali pelada, cheirosa e os dois cheios de tesão, seu parceiro vai prestar atenção numa estria, ou numa gordurinha? Jamais! Então deixe essas paranóias de lado você também. A hora do sexo é a hora de se soltar por completo, de deixar as amarras e tabus de lado pra beijar, sentir, lamber e tocar tudo que tem direito. E, mais do que isso: é a hora de você se sentir linda, maravilhosa e a grande gostosa que você é! Lembre sempre disso.

Agora, podemos também vestir aquela lingerie super sensual para brincar de mostra-e-esconde, deixando nossa parceira ou parceiro ainda mais excitado e a gente ainda mais confiante e segura.

Se você já seguiu todas as dicas, já tentou de tudo, mas ainda assim não consegue chegar lá, aí é outro assunto que deve ser olhado com mais cuidado. Existe algo chamado anorgasmia, que é a inibição persistente do orgasmo. Ou seja: mesmo você fazendo de tudo, você ainda não chega ao clímax.

Se esse for o seu caso, é importante buscar orientação médica para entender melhor as causas, que podem ser físicas ou psicológicas. Mas não tire nenhuma conclusão precipitada, ok? Insista no auto prazer, na masturbação sozinha e numa rotina de cuidado e carinho com a sua chegada ao orgasmo. Talvez não tenha nada de errado acontecendo, você só não tenha dado tempo ao seu tempo, ou o devido olhar que esse momento merece.

Bem, agora que você já leu até aqui e está em posse de todas essas dicas de ouro pra chegar ao orgasmo, o próximo passo é experimentar! Vá sozinha, vá acompanhada, vá com ou sem sex toys, mas vá. Afinal, você precisa ir se quiser chegar lá.